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O que é um desenho mecânico? importância e definição

desenho técnico

Neste post, vamos destacar as principais características, conceito e definição de desenho técnico mecânico e explicar como eles podem aumentar a eficiência de seu trabalho.


Um desenho mecânico é uma representação gráfica de uma maquinaria, parte dela ou de suas peças. Consiste em planos ou diagramas que ilustram a disposição ou a funcionalidade destes dispositivos. É uma maneira de retratar linearmente uma figura ligada a máquinas, mecanismos ou dispositivos

Definição de Desenho

O desenho é o idioma das engenharia e técnicos: ele é tão importante para esses profissionais quanto a língua é para qualquer pessoa. Os projetos mecânicos nos diversos campos de fabricação, montagem e manutenção não existiriam sem a linguagem gráfica usada pelos engenheiros e técnicos.

Um desenho pode ser visualizado e entendido por sua forma, através de algumas normas ou, comumente, utilizando esses dois elementos.

Ao criar um desenho é importante olhar se as visões, cortes, medições e indicações são apropriadas para que o desenho atinja os seus objetivos.

Ao fazer desenhos, seja manualmente, com auxílio de instrumentos tradicionais como esquadros ou compasso, ou por computador, é importante ter em consideração que só pela compreensão e interpretação corretos dos desenhos é que a peça mecânica ou máquina será feita. Por isso, é necessário ter conhecimento e domínio das normas técnicas para criar e interpretar corretamente os desenhos.

Normas utilizadas no desenho mecânico

Normas são conjuntos de regras traduzidas de maneira simples e documentos contendo especificações técnicas ou outros critérios a serem observados. Não há um número exato de normas e elas podem ser criadas de acordo com as necessidades de organizações, órgãos governamentais, países ou empresas.

Normas internacionais para desenhos técnicos foram desenvolvidas para facilitar a compreensão de projetos entre diferentes nacionalidades, simplificar o processo de produção e padronizar objetos, permitindo facilmente a substituição.

A seguir, algumas normas padrão adotadas no desenho técnico mecânico, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):

  • NBR 11534 – Representação de engrenagens em desenho técnico;
  • NBR 11145 – Representação de molas em desenho técnico;
  • NBR 8993 – Representação de partes roscadas em desenho técnico;
  • NBR 7165 – Símbolos gráficos de solda;
  • NBR 14220-2 – Mancais de deslizamento;
  • NBR 1414611 – Representação simplificada de estruturas metálicas;
  • NBR 14957 – Representação de recartilhado.

Veja também o artigo sobre a Norma NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico

Vistas ortográficas e projeções

Aos 49 anos de idade, Gaspard Monge (1746-1818), criou um método baseado na projeção ortogonal dupla de objetos tridimensionais. Sendo o grande matemático responsável tanto pela criação da geometria descritiva quanto da diferencial, ele se destacou pelo desenvolvimento do desenho técnico projetivo.

projeção cilíndrica ortogonal em dois planos
Representação espacial da concepção original sobre a projeção cilíndrica ortogonal em dois planos, de Gaspard Monge.

Usando o método Mongeano e os princípios dos diedros de projeções, o desenho técnico projetivo foi responsável por permitir a representação gráfica bidimensional de vários objetos e peças.

1° triedro, Plano de perfil π”

Teoricamente, esse plano de perfil divide o espaço R3 em quatro triedros, mas, na prática tanto da engenharia quanto da arquitetura e do desenho industrial, os desenhos técnicos são conduzidos apenas nos 1º e no 3º triedro.

Com o aumento da complexidade das peças a serem desenhadas, duas projeções não eram mais suficientes para ter uma boa compreensão dos desenhos. Foi então que foi introduzido o terceiro plano de projeção, resultando em três projeções ou vistas.

1º triedro:

Emprega-se o conceito na Europa e Brasil

3º triedro:

Emprega-se o conceito nos Estados Unidos

Na prática, no desenho técnico emprega-se o termo “diedro” em vez de “triedro”, isto é, os desenhos seguem a planificação do 1º ou do 3º diedro.

O terceiro plano de projeção, o plano de perfil (PP) ou π”
 O terceiro plano de projeção, o plano de perfil (PP) ou π”.


Do ponto de vista teórico, um objeto pode ser visto ou analisado sob diferentes perspectivas. Contudo, no domínio do desenho técnico projetivo, o objeto é geralmente colocado de forma a que seus planos paralelos aos planos π, π’ e π”.

Vistas ortográficas

Vistas ortográficas em seis planos

Quando se trata de profissões como engenharia, arquitetura e design industrial, muitos projetos possuem complexidade tamanha que três visões não são suficientes para a sua representação.

Para solucionar esta dificuldade, surgiu o conceito de imaginar os objetos ou peças dentro de um triedro inicial, que foi complementado com três planos paralelos, respectivamente a π, π’ e π”, formando o hexaedro básico (com seis planos,) usado em desenho técnico projetivo. Esta forma de representação possibilita a visualização de seis posições por meio das vistas ortográficas.

Rotação ou rebatimento dos planos no 1º diedro

Após a rotação ou rebatimento dos planos do hexaedro básico no 1º diedro, há uma planificação com os seis planos, constituindo as seis vistas ortográficas usadas no desenho técnico projetivo.

projeção das vistas 1º diedro
Rebatimento e planificação, dando origem às seis vistas ortográficas.
projeção das vistas 1º diedro

As seis vistas ortográficas recebem os seguintes nomes:

  1. Vista de frente ou frontal ou anterior;
  2. Vista superior ou de cima ou planta;
  3. Vista lateral esquerda ou de perfil;
  4. Vista lateral direita;
  5. Vista inferior ou de baixo;
  6. Vista posterior ou de trás.

A técnica de desenho projetivo não representa planos ou linhas de projeção, mas sim as seis vistas ortográficas, obtidas com a devida forma de rebatimento. Assim, a vista superior fica embaixo, a inferior, em cima, a lateral esquerda, na direita e a lateral direita, na esquerda.

Veja a planificação de um objeto a partir da sua vista frontal.

projeção das vistas 1 diedro
Vistas 1 diedro

Quantas vistas ortográficas são apresentadas  em um desenho técnico projetivo profissional?

Você quase consegue representar qualquer objeto com duas ou três vistas: frente, superior e lateral. Se não precisa usar todas as três, significa que uma delas não é necessária, já que as informações cabem em apenas duas.

Analisando o objeto, é necessário entender qual a importância das vistas estritamente essenciais para entender e usufruir o objeto. Para iniciantes na área de desenho técnico, normalmente se acaba por produzir mais vistas do que as necessárias.

Portanto, 2 ou 3 vistas é o suficiente. Mas lembre de usar cortes e detalhes em algum ponto quando for necessário.

Rotação ou rebatimento dos planos no 3º diedro

Os desenhos técnicos projetivos em nosso país (Brasil) são feitos considerando o objeto ou a peça no 1º diedro, mas, em alguns outros países, como os EUA e o Canadá, trabalha-se com o 3º diedro. É sempre bom quem deseja aprender desenho técnico tenham de interpretar desenhos feitos no 1º e no 3º diedro.

As diferenças na forma de se projetar no 1º e no 3º diedro estão relacionadas à forma como se situa o observador, o objeto a ser projetado e o plano de projeção.

projeção das vistas
vistas 3º diedro

Após a rotação ou rebatimento dos planos do hexaedro básico no 3º diedro, ocorre uma planificação com os seis planos, constituindo as seis vistas ortográficas usadas no desenho técnico projetivo. Considerando o 3º diedro, essas seis vistas recebem os seguintes nomes

  1. De frente, anterior ou frontal;
  2. Superior, planta ou de cima;
  3. Lateral esquerda;
  4. Lateral direita;
  5. Inferior ou de baixo;
  6. De trás ou posterior.
Vistas 3º diedro

Exemplos de desenhos representados no 1º e no 3º diedro

Vamos comparar entre as três vistas ortográficas principais tanto no 1º quanto no 3º diedro.

comparação entre as três vistas ortográficas principais tanto no 1º quanto no 3º diedro

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